CONGREGAÇÃO
SÉTIMO MILÊNIO
Existe uma arte muito bonita e que requer muita paciência que é a OLARIA.
O oleiro tem a capacidade de desmanchar e fazer novamente a peça que está elaborando tantas vezes quanto for preciso até ver que ela não tem nenhuma pedrinha, nenhuma imperfeição, que o barro está liso e não vai quebrar no momento de ir para o forno.
O oleiro compra o barro, limpa, molha para estar maleável, coloca no torno e começa a trabalhar. Quando o barro começa a ressecar ele molha um pouco, trabalha mais um pouco, tira um pedaço duro do barro que vai fazer com que quebre quando for para o forno, volta a molhar para que não fique um buraco, trabalha com toda paciência e amor pela peça que está fazendo e continua tirando pedrinhas, pedaços duros, molhando, alisando, dando forma – é um trabalho de paciência e amor.
Eu amo quando Deus nos fala através de coisas tão simples como esta:
Somos o barro comprado por alto preço, colocado no torno para ser trabalhado e moldado pelas mãos do Oleiro, lavado e molhado pela Água da Vida.
Existe uma parte dessa peça trabalhada com muito amor e paciência que muitas vezes não falamos dela: o momento de ir para o forno.
Depois de todo esse trabalho, o oleiro coloca a peça no forno para ser cozida e preparada para ser usada, mas tem um detalhe: o oleiro não deixa de olhar a peça cuidando para que não quebre.
Momento do forno – Tempo que Deus nos permite sermos provados, por amor. Tempo difícil, mas necessário para estarmos apto para sermos usados, para sermos aprovados. Mas, como tudo tem seu tempo, não dura para sempre. O Oleiro cuida constantemente da peça, sem deixar passar o tempo para que não se queime e, quando a peça estiver pronta, ela é tirada com todo cuidado/carinho e colocada para descansar e começar uma nova etapa – ser útil, usada para a finalidade que foi criada!
Vemos que são duas etapas do barro: TORNO E FORNO
Sem passar pelo torno, o barro não tem forma nem utilidade; mas, sem ir para o forno ele não pode ser usado, fica ressecado e frágil.
Onde estamos: no torno ou no forno?
Imagine que o barro não se deixasse ir para o forno? Que ele pudesse resistir ou que constantemente produzisse durezas e tivesse que ser continuamente feito de novo? Nunca seria usado, como uma criança mimada, que não cresce.
Nós muitas vezes nos comportamos assim, estamos no torno. Dói tirar durezas, pedrinhas, ser quebrado e moldado várias vezes, mas é mais cômodo do que ir para o forno. E se quebrar? Não aguentar o calor do fogo? Então preferimos ficar no torno produzindo “durezas” continuamente.
Esquecemos que o Oleiro conhece o que Ele tem nas Mãos para trabalhar. Sabe se é porcelana, argila, barro rude ou biscuit, e quanto calor aguenta, colocando o fogo na temperatura correta; e espera, olhando e cuidando todo o tempo, sem desviar o olhar, sem dormir, sem piscar!
Você está no torno ou no forno?
Se estiver no torno, deixe o Oleiro dar a forma perfeita para o uso que Ele pensou quando “resgatou” o barro de virar lama.
Se estiver no fogo, agradeça ao Oleiro por já ter forma/identidade e estar sendo preparado para ser usado.
Ou será que prefere continuar sendo barro misturado com outros barros que, vindo a chuva, vira lama? Que não foi alcançado pelas mãos do Oleiro para ser transformado em algo precioso e lindo para refletir a “Arte do Mestre-Oleiro” – Sua Glória.
“Como o vaso, que ele fazia de barro, quebrou-se na mão do oleiro, tornou a fazer dele outro vaso, conforme o que pareceu bem aos olhos do oleiro fazer. – diz o Senhor. Eis que, como o barro na mão do oleiro, assim sois vós na minha mão, ó casa de Israel ” Jeremías 18.
Elié Ferreira
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